quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Fala proibida do povo
























To: redenatal@yahoogrupos.com.br
From: chicolira45@hotmail.com
Date: Tue, 7 Sep 2010 06:23:21 +0000
Subject: [REDENATAL] Geringonça

Meus queridos e queridas,

Geraldo Queiroz, jornalista, escritor, pesquisador e ex-reitor da UFRN, que encontrei no lançamento do livro de Leide, me mandou (via Fernando Melo, que me achou no bar de Nazaré), o livro "Geringonça do Nordeste - A Fala Proibida do Povo", que saiu numa 2ª edição (a 1ª é de 1989), revisada e ampliada. Geraldo foi meu vizinho no Tirol (namorou Célia, minha irmã): "Para Chico Lira, compartilho com o amigo da Ângelo Varela, um pouco da história do RN na época do Estado Novo".

"Geringonça ..." está na lista de Moacyr Cirne (Almanaque do Balaio - Natal/2006), como um dos 20 livros fundamentais para se conhecer o Rio Grande do Norte (vai querer saber os outros 19, Lola?).

O título vem do livro "não lançado" em 1937 (foi proibido no início do Estado Novo) pelo grande educador Clementino Câmara, que reuniu dois mil verbetes, com termos utilizados por todos nós, pela nossa gente, que não precisa mais do que este número de palavras para se comunicar.

O miolo do livro traz uma entrevista "imaginária" do "professor simples, pobre, acolhedor, consciente, honesto, conhecedor profundo do que ensinava" (Cascudo), feita pelo repórter Geraldo, que vai a fundo na história, mostrando o que determinou a proibição da pesquisa pelos governantes daquela época. Se alguém se interessar no assunto, eu posso transcrever depois algumas passagens esclarecedoras do período ditatorial getulista, que foram bem exploradas pelo autor.

Repasso os verbetes mais perigosos, dicionarizados pelo ilustre potiguar (Clementino Cãmara é nome de rua no Barro Vermelho. Morei nela. Na casa da minha ex, Goretti):

Xaboque - pedaço
Troncho - torto
Pau da venta - nariz
Papoco - estampido
Catumbo - inchaço
Quenga - meretriz de baixa extração
Atentado - peralta
Cotoco - coto
Apragata - corruptela de alpercata
Engembrado - alquebrado, cheio de mazelas
Pifão - embriaguez
Tora - pedaço grande
Goga - empáfia
Inhaca - mal cheiro
Táuba - hipértese de tábua
Lamborada - chibatada
Seboso - porcalhão
Pereba - erupção
Tabaco - vagina
Priquito - vagina das meninas
Leso - bobo
Louro - papagaio
Maciota - devagar
Pastorar - vigiar
Munganga - trejeitos
Lambisgoia - moça magra, feia, deselegante
Não lhe conto - preste atenção
Interado - completo, competente
Jururu - tristonho
Mode - a fim de, por causa de
Dunga - principal, cabeça (Ex: "Ele nas artes é Dunga")
Bundacanasca - bricadeira infantil, consistindo em apoiar a cabeça no chão e virar pra frente

Imperdível !


Frases de Alex Nascimento

To: redenatal@yahoogrupos.com.br
From: chicolira45@hotmail.com
Date: Tue, 7 Sep 2010 07:54:45 +0000
Subject: [REDENATAL] Estação Outono

Alex Nascimento (Doutor Valium) o ranzinza, maníaco e esquisito, no seu melhor.

Frases do livro "A Última Estação" (capítulo Outono):


"Sábio não é aquele que diz verdades. É o que escuta e sabe que é mentira"

"Não se engane irmão, por pior que pareça uma pessoa, ela é bem pior do que parece"

"Sim, a distância tem o poder de destruir um grande amor. Mas nunca com a mesma eficácia da proximidade"

"Psicanalista é aquele sujeito que cobra pra dizer coisa que nem de graça ele escutaria"

"Tem certas soluções que, puta merda, a gente morre de saudade do problema"

"O tempo é um santo remédio. O que mata são os efeitos colaterais"

" Classe média é uma pessoa que tem mais vergonha de não ficar rica do que medo de ficar pobre"

"Quem não perdeu a esperança não sabe o que está perdendo"

"A preguiça é a mãe de todos os vícios. Mas excesso de disposição é pai de muito filho da puta"

"Universalmente, os criminosos sempre voltam ao local do crime. Aqui, não chegam nem a sair"

"Nada como o aconchego do lar e o carinho da família pra nós sentirmos o quanto a vida lá fora é interessante"

"É, pode ser que o mundo gire. Mas não muito bem"


O filho de seo Bráulio da Marcenaria é genial

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